23/12/2006

Troquei de mulher.
A anterior era emprestada.
Esta foi comprada por mim numa tarde
tórrida de verão. Foi um impulso pouco pensado,
mas já não conseguia ultrapassar a ausência dela
de cada vez que chegava a casa e me abatia no sofã.
Sentia imediata necessidade de a dedilhar.
Poucas vezes a fazia vir-se com melodias, mas de vez em quando
lá conseguia devido à imaginação ou ao esforço.
Algo se preencheu com a presença dela pela casa
ligada ao amplificador.
Ontem comprei uma guitarra e
hoje já não me sinto tão só.

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