vi-te como alguém que me ajudasse
a salvar desde que te vi.
vi-te como alguém que precisasse
ser salva por mim.
mas deixaste de aparecer. e agora
só sei que um de nós não pode ser salvo,
e de ti não sei.
perco tempo de vida no queimar
de um cigarro, no entornar de
mais um copo na solidão
desta mesa, no perder, no afugentar
dos amigos, dos conhecidos,
dos inimigos e de todos os outros.
perco tempo de vida enquanto escrevo,
enquanto bebo outra caneca de sangria,
outra caneca de solidão. espero, bebo
e desespero que o vinho faça efeito
e me faça viajar para fora desta mesa
vazia. e que a viagem me dê
calor para aguentar a espera de
mais um dia, uma semana, um mês,
um ano, uma vida.
tanta espera e nenhum alcançar.
acho que me perco a meio da viagem...
...apareceste agora. estarei salvo?
ou será só o calor da viagem!...
estás aqui mas ainda não me disseste
nada... e como alguém dizia:
mais vale só que mal acompanhado e
mais vale bem acompanhado que só...
e eu aqui continuo
nesta mesa não vazia, mas parece-me
que continuo só.
10/03/2006
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