08/03/2006




ninguém e o monstro são o mesmo
assistindo ao deleite do dia-a-dia
sob este céu cinzento carregado.
ninguém porque não sou ninguém
para ninguém. passo incólume ao
interesse dos outros. monstro
porque quem tem de lidar comigo
pelos condicionalismos do dia-a-dia
se assusta e foge. e assim
é lidar comigo com dois e o mesmo
cá dentro. um fica a um canto
discreto porque não está habituado
a que reparem nele. relegado a um
canto e mantendo a expectativa que
um dia alguém repare nele, nem
que seja um monstro. o outro,
o monstro isola-se no canto oposto
para não assustar ninguém. relegado
a um canto e mantendo a expectativa
que um dia ninguém se assuste.
assim é viver comigo.




Sem comentários: