23/06/2008


o homem morto desmontou
da sela, da cela do posto
e observou na pele, sentiu
o que é estar do lado de lá
como o homem comum
e como homem comum usufruiu
dos prazeres da terra
lá na adega da rua
lá na casa amarela
que sentiu como sua.
o homem morto desmontou
da pose de intelectual
e almoçou com o seu igual
como há muito
o deveria ter feito
mas só agora viu
tudo o que se perdeu
por desprezar o que é seu
numa superioridade sem jeito.

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